25 de abril de 2024
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PP pede afastamento do presidente da Câmara, flagrado em escutas da Lama Asfáltica

Diálogo extraído de relatórios da Polícia Federal, que investiga suposto esquema de propina para beneficiar empresas e que traz conversas entre o Mario Cesar e João Amorim, motivaram pedido de afastamento do vereador.

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O PP publicou nota na tarde de hoje (31), e informa que “diante das graves revelações feitas pela operação Lama Asfáltica da Polícia Federal, o Partido Progressista protocolou junto à Procuradoria-Geral do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, pedido de providências no sentido de instauração de procedimento visando o afastamento imediato e a cassação do mandato do vereador Mário César (PMDB), atual presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Campo Grande.”

O pedido foi baseado nas gravações telefônicas autorizadas pela justiça, onde Mario César foi flagrado supostamente negociando vantagens financeiras para a cassação do então prefeito eleito, Alcides Bernal. O pedido foi protocolado pelos filiados Ritva Vieira, Adriana Lucia Nascimento Correa, Wilton Edgar Acosta e Evander Vendramini e recebido pelo chefe de gabinete do Procurador-Geral de Justiça, Alexandre Magno B. Lacerda.

O presidente da Câmara, Mario Cesar pautou sua conduta política, durante a gestão de Alcides Bernal, de forma crítica às ações e constantemente teceu duras críticas à pouca disposição para o diálogo que, enfatizava ser a característica do ex-prefeito.

Em relação à Olarte, ainda que as críticas sejam intensas e sua popularidade esteja comprometendo até mesmo a avaliação feita pela população em relação à Câmara, e mesmo com o atual prefeito colocando em dúvida a idoneidade do poder legislativo quando declara que “está blindado” em todas as suas ações, Mario Cesar tem demonstrado complacência.

Por diversas ocasiões fez uso da tribuna para pedir aos vereadores que deem uma trégua, sem abandonarem suas posições, ao prefeito Gilmar Olarte (PP). Sem deixar de tecer críticas à atual administração, Mario Cesar lembrou que os dois últimos anos da política da Capital foram extremamente conturbados e que a população merece que os vereadores busquem auxiliar o atual prefeito pela governabilidade.

A paciência demonstrada com Olarte, faz com que o discurso do chefe do legislativo insista na crença de que o executivo municipal vá desenvolver, a partir deste ano, uma série de projetos que retirem Campo Grande do marasmo e estagnação administrativo, o vereador entende que o papel principal da Câmara passa a ser de auxiliar do prefeito.

Gravações e incoerências

No dia 21 de maio, o MS Notícias em conversa com Mario Cesar, sobre denúncias de suposta “compra de votos” para cassar Bernal, o vereador garantiu não conhecer João Amorim nem João Baird, e contestou conversas entre vereadores e secretário de governo discutindo divisão de secretarias, antes e depois da cassação. Para Mário, as conversas são apenas “discussões para composição de governo.”

“Conheço ele (João Amorim) como todo mundo conhece”, disse Mário. Questionado sobre possível compra de votos e a relação entre vereadores e os empresários João Baird e João Amorim. Mário respondeu: “Não tem relação de vereadores com nenhum empresário. São empresários antigos de Campo Grande que fizeram parte de todos os governos, do PT, PMDB, ele (João Amorim) não é conhecido dos vereadores, é conhecido de todos inclusive as imprensa.”

Porém, as escutas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal, com autorização judicial, no entanto, mostram diversas conversas, em dias diferentes, entre Amorim e Mário César, quando, inclusive marcaram encontro para “pegar cafezinho”.