05 de maio de 2024
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PF aponta organização criminosa de compra de votos em Corumbá

Investigadores flagraram servidor público com lista de nomes e cópias de títulos eleitorais, cada uma das listas envolta em R$ 250

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A Polícia Federal aponta 4 suspeitos que integram a equipe do prefeito Marcelo Iunes, como integrantes de suposto esquema para compra de votos durante a eleição de 2020 em Corumbá (MS). 

De acordo com MS Notícias, a Justiça quebrou o sigilo dos investigados, entre eles o próprio prefeito. Também são alvos vereadores que concorreram e até nomes do Legislativo que acabaram eleitos. 

Segundo a PF, um dos integrantes do esquema é um servidor público que saía do diretório executivo do PSDB, local onde foi montado o comitê de Iunes em 2020. Com o indivíduo, a PF diz ter encontrado uma lista de nomes e cópias de títulos eleitorais, cada uma envolta em R$ 250, indicando também no papel os bairros onde cada quantia deveria ser entregue. Os investigadores acreditam que os valores seriam usados para comprar votos. 

Flagrado, de acordo com os autos, o homem tentou desfazer-se de um aparelho celular quando era conduzido à sede da PF. Porém, os agentes impediram a ação. Questionado sobre os valores, o suspeito disse que era para uma reforma em sua casa, no entanto, quando perguntado qual era a quantia total que levava, o indivíduo não soube precisar. 

Aos investigadores, o suspeito alegou que trabalhava na campanha de forma voluntária. O Site Folha MS diz que ele estaria usando o horário que deveria estar atuando no cargo de servidor público, para atuar na campanha. 

Além do suspeito flagrado na ação, a PF indica que outros 3 servidores da prefeitura corumbaense estariam agindo em trâmites de concessão de privilégios junto à Central de Regulação, conhecida como “Casa Verde” ao acesso de exames, consultas médicas e até vaga para internação na Santa Casa de Corumbá.

Depois da prisão do servidor e de a PF conseguir na Justiça a quebra do sigilo telefônico, uma operação foi deflagrada: “Mercês”. 

A polícia diz que suspeita de compra de votos saltou para status de uma organização criminosa, que se utiliza da máquina pública para beneficiar pacientes em busca de tratamento médico, fornecendo a eles, acesso privilegiado ao atendimento público de saúde, em troca de fidelidade eleitoral aos candidatos que fazem parte de uma base política e que atuam em favor do atual administrador municipal.

O termo “mercês”, que dá nome a operação, vem do latim e sintetiza o modo de funcionamento da prática eleitoreira clientelismo, esquema observado na investigação.

*Com FolhaMS.