Subiu para 18 o número de pessoas mortas após o ataque com mísseis russos a um shopping center em Kremenchug, no centro da Ucrânia. O chefe da administração militar de Poltava, Dmitry Lunin, informou sobre isso.
"18 vítimas… Sinceras condolências à família e amigos. As equipes de resgate continuam trabalhando ", escreveu Lunin.
"Em 28 de junho, as operações de busca e salvamento continuam, o desmanche das estruturas dos edifícios danificados é realizado com a ajuda de equipamentos de engenharia pesados e pequena mecanização", narrou.
59 pessoas procuraram ajuda médica, 25 delas foram hospitalizadas no hospital de terapia intensiva em Kremenchuk.
A coordenação das medidas no local é realizada pela Sede de Resposta a Emergências. As autoridades locais organizaram uma ampla provisão de forças e meios envolvidos na eliminação das consequências do bombardeio.
440 pessoas (incluindo 14 psicólogos) e 70 unidades estiveram envolvidas no trabalho da SES.
O ataque foi condenado pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pelo Ocidente.
O ATAQUE
Aconteceu às 15h50 da segunda-feira (27.jun.22), em Kremenchuk.
COMENTÁRIOS DA REUTERS:
Líderes das principais democracias do Grupo dos Sete (G7), em uma cúpula na Alemanha, disseram que o ataque foi "abominável".
"O presidente russo Putin e os responsáveis serão responsabilizados", escreveram em um comunicado conjunto tuitado pelo porta-voz do governo alemão.
Zelenskiy disse em um discurso em vídeo na noite de segunda-feira que "não foi um golpe acidental, este é um ataque russo calculado exatamente neste shopping center".
Ele disse que a contagem de mortes pode aumentar. Mais de 40 pessoas foram dadas como desaparecidas, disse o gabinete do procurador-geral.
Uma sobrevivente recebendo tratamento no hospital público de Kremenchuk, Ludmyla Mykhailets, 43, disse que estava fazendo compras com o marido quando a explosão a jogou no ar.
"Eu voei de cabeça e estilhaços atingiram meu corpo. Todo o lugar estava desmoronando", disse ela.
"Foi um inferno", acrescentou seu marido, Mykola, 45, com sangue escorrendo por um curativo enrolado na cabeça.
A Rússia não comentou o ataque, mas seu vice-embaixador nas Nações Unidas, Dmitry Polyanskiy, acusou a Ucrânia de usar o incidente para ganhar simpatia antes de uma cúpula da aliança militar da Otan em 28 e 30 de junho.
"Devemos esperar pelo que nosso Ministério da Defesa dirá, mas já existem muitas discrepâncias impressionantes", escreveu Polyanskiy no Twitter.
O Conselho de Segurança das Nações Unidas se reunirá na terça-feira a pedido da Ucrânia após o ataque. O porta-voz da ONU, Stephane Dujarric, disse que o ataque com mísseis foi "deplorável".
BATALHA POR LYSYCHANSK
Em outros lugares do campo de batalha, a Ucrânia enfrentou outro dia difícil após a perda da cidade agora em ruínas de Sievierodonetsk, após semanas de bombardeios e combates de rua.
A artilharia russa atingiu Lysychansk, cidade gêmea de Sievierodonetsk, do outro lado do rio Siverskyi Donets.
Lysychansk é a última grande cidade ainda controlada pela Ucrânia na província oriental de Luhansk, um dos principais alvos do Kremlin depois que as tropas russas não conseguiram tomar a capital Kyiv no início da guerra.
Um ataque com mísseis russos matou oito e feriu outras 21 pessoas em Lysychansk na segunda-feira, disse o governador de Luhansk, Serhiy Gaidai. Não houve comentários russos imediatos.
As forças ucranianas ainda controlavam a cidade, mas sua perda foi possível porque a Rússia despejou recursos na luta, acrescentou.
"Eles realmente querem isso e muitas reservas estão sendo lançadas apenas para isso... Não precisamos perder um exército por causa de uma cidade", disse ele à Reuters em entrevista.
Rodion Miroshnik, embaixador em Moscou da separatista República Popular de Luhansk, disse que as tropas russas e seus aliados da República de Luhansk estão avançando para o oeste em Lysychansk e as batalhas de rua eclodiram ao redor do estádio da cidade.
Os combates estavam acontecendo em várias aldeias ao redor da cidade, e tropas russas e aliadas entraram na refinaria de petróleo de Lysychansk, onde as tropas ucranianas estavam concentradas, disse Miroshnik em seu canal Telegram.
A Reuters não pôde confirmar os relatos russos de que as tropas de Moscou já haviam entrado na cidade.
A Rússia também bombardeou a cidade de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, na segunda-feira, atingindo prédios de apartamentos e uma escola primária, disse o governador regional.
O bombardeio matou cinco pessoas e feriu 22. Havia crianças entre os feridos, disse o governador.
'POR QUANTO TEMPO FOR NECESSÁRIO'
Moscou nega atacar civis no que chama de "operação militar especial" na Ucrânia, mas Kyiv e o Ocidente acusaram as forças russas de crimes de guerra.
A guerra matou milhares, fez milhões fugirem e provocou picos nos preços globais de alimentos e energia.
Durante sua cúpula na Alemanha, os líderes do G7 prometeram ficar com a Ucrânia "pelo tempo que for preciso" e apertar o aperto nas finanças da Rússia com novas sanções que incluem uma proposta para limitar o preço do petróleo russo.
Zelenskiy pediu mais armas em um discurso em vídeo aos líderes do G7, disseram autoridades americanas e europeias. Ele pediu ajuda para exportar grãos da Ucrânia e mais sanções à Rússia.
A Casa Branca disse que a Rússia deu calote em sua dívida externa pela primeira vez em mais de um século, já que as sanções efetivamente cortaram o país das finanças globais.
A Rússia rejeitou as alegações, dizendo aos investidores para irem aos agentes financeiros ocidentais para o dinheiro que foi enviado, mas os detentores de títulos não receberam.
Relatórios das agências da Reuters; Escrito por Stephen Coates; Edição por Himani Sarkar