25 de abril de 2024
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Santa Casa e Prefeitura não chegam a acordo e impasse continua

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A queda de braço entre a Santa Casa e Prefeitura de Campo Grande deve continuar nos próximos dias. A direção do hospital, administrado pela ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande) não aceitou a proposta apresentada pelo município de renovar o contrato por mais 30 dias. A reunião realizada na tarde de hoje foi tensa e terminou sem acordo.  

Em dezembro, a Prefeitura firmou um acordo para repassar mensalmente R$ 3 milhões à Santa Casa, dos quais R$ 2 milhões seriam para procedimentos de média complexidade e restante para alta complexidade. Mas de acordo com Wilson Teslenco, presidente da ABCG, o hospital atende número maior de pacientes pelo município do que o valor repassado.

O contrato foi encerrado no dia oito deste mês, e caso o hospital decida reduzir o atendimento, carreará prejuízo às pessoas que necessitam do serviço público. Mas a direção alega que não tem recurso para realiza estes atendimentos.  “Estamos sangrando com essa situação”, lamenta Teslenco.

A direção reclama que não existe contrato entre Prefeitura e Santa Casa, e alega que o número de cirurgias vêm aumentando, e o hospital trabalha abaixo da necessidade e não tem condições para atender a demanda, devido à falta recurso.

A dívida se arrasta desde do ano passado, e que deveria ser paga, mas não foram. A direção da Santa Casa vai pedir esclarecimentos dessa situação, um ofício deve ser enviado à secretaria de saúde ainda hoje apresentando esses pontos.

Prefeitura

Em audiência na tarde de hoje, a prefeitura enviou representante, o que foi duramente criticado pelo Conselho de Municipal de Saúde e pela direção do hospital. Antônio Lastória, representante do município, disse que o dinheiro trata-se de um empréstimo de R$ 80 milhões, que foi aprovada por meio de lei pelo município e Estado. Das 12 parcelas foram pagas somente quatro, restam mais oito parcelas.

A Prefeitura garantiu que o dinheiro acordado será pago independe de assinar ou não o contrato. “É lógico que vamos pagar, não existe isso, se não assinar não vamos pagar” afirma Antônio.

“Nós temos esse compromisso enquanto gestores da saúde, temos que achar uma saída”, comenta. A direção descartou realizar uma auditoria, já a Prefeitura apresentou uma proposta de renovar o contrato.

Saúde

A vereadora Luiza Ribeiro (PPS), que faz parte da Comissão de Saúde da Câmara disse que o prefeito tem que se envolver nesta situação e cobrou a presença dele na audiência. “Infelizmente não podemos aceitar essa proposta do município como foi feita”, lamenta.

O diretor técnico do hospital, Luis Alberto Kanamura, foi mais adiante e acusou os vereadores de Campo Grande  de serem culpados pela situação da saúde na Capital. “Vocês (vereadores) são responsáveis pela saúde que estamos vivendo”, acusa.