29 de março de 2024
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'DINAMITE NO COLO'

Bolsonaro "sufoca" Tereza Cristina com eleitorado em MS

Cabo conseguiu mergulhar o país num caos político, ético e econômico, a soma desses fatores pode enterrar a campanha de Tereza em MS

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A peça "Sul-Fronteira" vetada por Jair Bolsonaro (PL) nesta segunda-feira (24.jan.22), ajudaria na campanha da ministra Tereza Cristina (DEM) ao Senado Federal em 2022. A ministra sul-mato-grossense é uma das mais importantes da engrenagem governamental.

Ela comanda a Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o projeto de asfaltamento fronteiriço vetado por Bolsonaro a sufoca com seu eleitorado em Mato Grosso do Sul (MS), visto que o agro seria o principal beneficiado com os asfaltamentos de mais de 300 quilômetros por onde grãos e gado são escoados. A ordem do veto é de R$ 122 milhões

Deputada federal licenciada, Tereza tem o apoio de Bolsonaro, que já se apresentou várias vezes como seu principal cabo eleitoral, para disputa em 22.  Apesar disso, a ministra não parece estar muito à vontade com o apoio. Mostramos aqui no MS Notícias no início de janeiro.  

Agora, com o corte do Sul-Fronteira, ela terá de criar uma estratégia de afastamento imediato do chefe do Executivo Federal.

Além dos cortes, o sofrível desempenho de Bolsonaro nas diferentes pesquisas de intenção de voto vem evidenciando que ele perde terreno na marcha pela reeleição e os índices de prestígio e aprovação de governo caíram sensivelmente nos dois últimos anos.

O presidente conseguiu mergulhar o país num caos político, ético e econômico, a soma desses fatores pode enterrar a campanha de Tereza em MS, por isso, a medida é se afastar. 

VIRADA

Em nome do presidente Jair Bolsonaro (PL), a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), na quarta-feira (19.jan), na manifestação, defendeu o dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022 que destinou quase R$ 5 bilhões para o financiamento das próximas campanhas eleitorais. A norma legal tinha sido objeto de veto presidencial em agosto do ano passado, mas de lá para cá, Lula cresceu muito nos levantamentos, o que provocou a mudança de estratégia no Planalto.  

Bolsonaro deve apostar todas as fichas no “fundão eleitoral” – nos corredores do Planalto a crença é que se tiver verba, Bolsonaro poderá se reeleger. Com isso, apesar de cortar o “Sul-Fronteira”, manteve intacto os R$ 16,48 bilhões para o orçamento secreto e os R$ 4,96 bilhões para o “fundão”.

INFLAÇÃO

As instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central (BC) na pesquisa Focus também elevaram de 5,09% para 5,15% a previsão para a inflação medida pelo pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2022. Os preços dos alimentos devem ainda encarecer mais em 2022, para o consumidor final.  

Agora, a meta para a inflação no período é de 3,50%.

DÓLAR

A projeção para a taxa de câmbio em 2023 aumentou de R$ 5,46 para R$ 5,50 por dólar, enquanto a estimativa para 2022 manteve-se em R$ 5,60 por dólar. Quatro semanas atrás, a previsão para 2022 era igual, mas a estimativa para 2023 era maior, de R$ 5,63.

PIB

As instituições financeiras ouvidas pelo Focus reduziram de 1,75% para 1,69% a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. A projeção para 2022 ficou estável em 0,29%.

LOA 

O resultado primário previsto na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2022 é de um déficit de R$ 79,3 bilhões, valor que encontra-se, segundo a Secretaria-Geral da Presidência da República, “inferior à meta prevista na LDO-2022, correspondente aos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, no valor de R$ 170,5 bilhões”.

“Essa projeção do resultado primário presente na LOA-2022 menor que aquela meta prevista na LDO-2022 decorre particularmente da elevação da estimativa de receitas primárias realizadas pelo Congresso Nacional”, informa a Secretaria.

O valor total da despesa – publicada no Diário Oficial da União de hoje – é de R$ 4,73 trilhões. Deste total, R$ 1,88 trilhão tem como destino o refinanciamento da dívida pública federal.