24 de maio de 2025
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REFORMA AGRÁRIA

Vander diz que MS tem condições técnicas e políticas para executar reforma agrária

Deputado pressiona governo para atender famílias acampadas

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As mobilizações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realizadas na 2ª feira (28.abril.25), em Mato Grosso do Sul, reforçaram a cobrança pela efetivação da reforma agrária no estado. Integrantes do movimento bloquearam rodovias e ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Campo Grande. Durante o ato na capital, o deputado federal Vander Loubet (PT) esteve presente e declarou apoio às reivindicações.

O parlamentar destacou que Mato Grosso do Sul reúne “condições técnicas e políticas” para atender a demanda por reforma agrária e citou a falta de cumprimento das promessas de campanha do Governo Lula. Atualmente, segundo dados oficiais, há 11.601 famílias acampadas no estado, espalhadas por 82 acampamentos. Para resolver a situação, seria necessário um estoque de 90 mil hectares de terra.

“Nós apoiamos a luta do Movimento Sem Terra (MST) em Mato Grosso do Sul. Vamos pressionar o presidente Lula e o governo para que haja a reforma agrária no estado. Sem luta, não tem vitória. O governo Lula tem uma dívida com a questão da reforma agrária e nós temos que pressionar. Nós temos condições técnicas e políticas para cumprir a meta aqui”, afirmou Vander durante o ato no Incra, onde ecoavam gritos de “MST, essa luta é pra valer”.

O deputado relatou que já iniciou articulações para tentar acelerar o processo de assentamento. “Liguei para o governo do Estado e estou buscando agendar reuniões com as ministras Gleisi Hoffmann [Relações Institucionais] e Simone Tebet [Planejamento], além do ministro Paulo Teixeira [Desenvolvimento Agrário]. Queremos sensibilizar e pressionar o governo, mostrando a força da mobilização de vocês e o compromisso que o presidente Lula fez em campanha, mas que ainda não cumpriu”, disse Vander.

MOBILIZAÇÕES

As manifestações do MST ocorreram após cerca de 270 famílias do Acampamento Esperança, que viviam há dois anos às margens da MS-379, em Dourados, serem retiradas do local pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no domingo passado. Em resposta, o movimento bloqueou trechos estratégicos: BR-060 – entre Campo Grande e Sidrolândia; MS-164 – km 82, em Ponta Porã.

Além dos bloqueios, dezenas de integrantes ocuparam a sede do Incra, em Campo Grande. Informações divulgadas pelo próprio Incra apontam que a origem do conflito do domingo foi a ocupação de um imóvel rural de posse da empresa JBS, que, segundo o MST, estaria há mais de 12 anos sem cumprir a função social prevista pela Constituição.

Em nota, o MST repudiou o que chamou de despejo “ilegal, arbitrário, injusto e repressivo”, relatando que barracos e roças de subsistência das famílias foram destruídos. “Apenas em 2024, a comunidade foi alvo de três incêndios e um ataque de pistoleiros”, afirmou o movimento.