26 de abril de 2024
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Com muita história pra contar ambulantes retornam à Praça Ary Coelho

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Anna Gomes e Clayton Neves

Os vendedores ambulantes foram liberados pela Prefeitura Municipal para voltar a vender na Praça Ary Coelho. Desde 2010 eles foram proibidos de comercializar seus produtos e tiveram que sair da praça, que fica localizada no centro de Campo Grande.

Quem passa pelo local, fica feliz com a volta dos comerciantes. “Trabalho há muitos anos aqui no centro da cidade. Antigamente antes de ir ao trabalho, passava pela praça e comia pão de queijo, agora já posso voltar a fazer o mesmo. Adorei a ideia”, relata a vendedora de 33 anos, Giulia Fernandes.

Os Aposentados que diariamente jogam dominó no local, também aprovaram a decisão da Prefeitura. “Antes para comprar água eu precisava andar até uma lanchonete, agora não, ficou tudo pertinho”, disse com alegria, o aposentado Getúlio Carvalho, de 73 anos.

Os vendedores estão entusiasmados com o retorno, por estarem na área central da cidade eles afirmam que os lucros são maiores, o que influência diretamente na renda dessas pessoas que tiram das ruas sua única fonte de sustento.

Paulo Fialho, mais conhecido como Mestre Mato Grosso, de 53 anos, trabalha no local desde a década de 70, onde vende ervas medicinais e instrumentos de capoeira. “Quando eu era mais jovem trabalhava de engraxate. Como minha mãe sempre vendeu ervas medicinais, aprendi e hoje também passei a vender”, relata o ambulante.

Foto: Klemerson Rocha

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O Mestre além de ser ambulante, também é professor de capoeira, já viajou para muitos lugares e fez algumas apresentações na praça. “Hoje em dia, devido à idade, a venda de ervas é a minha única renda, mas já me apresentei, fazendo shows de capoeira em quase todos os Estados do Brasil.”, relata Paulo com muito orgulho.

Com o mesmo entusiasmo encontramos a simpática vendedora de salgados, Neuza dos Santos, 54, ela que há 30 anos trabalha no ponto, diz que sofreu muito com a proibição há três anos. “Quando nos tiraram daqui era uma luta, cada dia ficávamos em um lugar da cidade e assim perdíamos muitos clientes que não nos encontravam”, disse.

Outro problema vivido pela comerciante era com os fiscais que proibiam o comércio de ambulantes nas ruas da Capital e criavam um clima de incerteza e preocupação entre os vendedores. “Quando os fiscais chegam era uma correria só, ficavam eles atrás de nós, e nós atrás do cliente que ia embora sem pagar”, relembra dando gargalhas.