25 de abril de 2024
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REPÚDIO

Sintercom manifesta repulsa após Uniderp desligar funcionários por telefone

Sindicato entrou em defesa de representados devido a atitudes antissindicalistas, desrespeito à CLT e assédio moral por parte da universidade

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Adaptar-se ao 2020 pandêmico foi um trabalho não só individual e sim conjunto, de todas as instituições sociais que fazemos parte, seja trabalho, escola, igreja, etc. Em um ano em que, só no Brasil, as mortes passam de 188 mil, além de taxa recorde de desemprego, as dificuldades e problemas parecem não ter fim, como demonstra a nota de repúdio do Sindicato dos Radialistas e Publicitários do MS (Sintercom). Um diretor da associação, que possui vínculo empregatício com a instituição de ensino Uniderp, foi mandado embora mesmo com estabilidade e só foi realocado cargo através de mandado de segurança.

Ao tomar conhecimento dos acontecidos dentro da empresa, a Sintercom prontamente estendeu apoio ao profissional e publicou nota de repúdio aos fatos praticados pela universidade. Na publicação, o sindicato aponta, além de atitudes antissindicalistas, desrespeito à Legislação Trabalhista e situações de assédio moral. Segundo o sindicato, o cúmulo do descaso veio quando a Instituição de Ensino Superior (IES) desligou alguns representados, via telefone, sem nenhuma justificativa plausível. 

"Não temos nada contra a instituição Anhanguera UNIDERP, mas sim em relação ao posicionamento dela diante desse fato", defendeu a presidente do Sintercom Rose Aparecida Borges Ferreira. O profissional optou por não se identificar, já que o processo ainda está em andamento. 

Diante do triste ocorrido, a presidente indica que o mundo todo foi afetado por essa pandemia. "Todos: empresas, governos e trabalhadores, de uma forma geral, estão passando por um momento financeiro muito difícil. Se os empresários e governos estão tendo dificuldades para manter as contas em dia, imagine os mais pobres, que são os trabalhadores", comentou Rose, em concordância com a diretoria do sindicato. 

Rose Aparecida também pontua que, não somente ela na posição de presidente do Sindicato dos Radialistas, mas todas as outras instituições sindicais e principalmente a classe trabalhadora, esperavam que diante da pandemia, não houvessem demissões. Pensava-se que os empresários manteriam os empregos e renda de seus funcionários, para continuar colocando a comida na mesa de suas famílias, pagando as contas e tendo um pouquinho tranquilidade para superar esse período de caos. 

Para ela, isso também é uma forma de respeito, valorização e principalmente cidadania. "Não adianta fazer doações para instituições filantrópicas e comunidades carentes, (não somos contra as doações e qualquer outra forma filantrópica), se dentro da própria empresa têm pessoas passando por necessidades ou sendo demitidas", ressalta ainda.

Em nome da diretoria do sindicato, a nota indica que parte dos representados foram reintegrados nas funções, através de decisão da justiça. "Eu vejo como uma falta de respeito, não só em relação às demissões desses profissionais, mas da maneira como elas se deram", afirmam. 

"O Sintercom MS preza e sempre prezou pelo bom diálogo, o bom entendimento entre colaboradores e empresas. Mas, infelizmente existem situações que exigem posicionamentos mais extremos e nós precisamos tomar decisões e nos posicionar em defesa dos trabalhadores. E essa é uma dessas situações", finaliza a presidente.

Foi tentado o contato com a IES, entretanto, até o fechamento dessa matéria o portal não obteve retorno.