Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de críticas em 58% das postagens nas redes sociais sobre a Polícia Federal ter deflagrado a Operação Tempus Veritatis em 8 de fevereiro. Os federais executaram, naquele dia, 33 mandados de busca e prisão contra extremistas de direita que planejaram um golpe de Estado no Brasil. Esses dados foram revelados em uma pesquisa da Quaest divulgada um dia após a operação.
Felipe Nunes, diretor do instituto de pesquisa, revelou que o assunto alcançou 56 milhões de contas nas redes sociais, ultrapassando outras operações como a da Abin contra o vereador Carlos Bolsonaro, a investigação sobre a falsificação de cartões de vacina, o escândalo das joias roubadas pela família Bolsonaro e a delação de Mauro Cid.
O alcance esteve ligeiramente abaixo do registrado no dia 8 de janeiro de 2023, durante os eventos golpistas em Brasília.
De acordo com a Quaest, a esquerda celebrou a operação, utilizando expressões como "Bolsonaro na cadeia", ridicularizando os alvos com o termo "toc toc" e fazendo piadas sobre os investigados, incluindo generais e outros militares.
Por outro lado, a direita focou na narrativa de perseguição política à oposição e criticou o Judiciário, especialmente Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a operação.
É importante notar que a população está dividida quanto à responsabilidade de Jair Bolsonaro nos eventos golpistas após sua derrota para Lula no segundo turno das eleições de 2022.
Na pesquisa mais recente da Quaest sobre a percepção dos eventos golpistas de 8 de janeiro, divulgada no mês passado, 47% dos entrevistados acreditavam que Bolsonaro teve influência nos acontecimentos, enquanto 43% discordavam, resultando em um empate técnico, considerando a margem de erro.
Cerca de um ano antes, em fevereiro de 2023, as percentagens eram de 51% e 38%, indicando uma mudança na percepção sobre a responsabilidade de Jair ao longo do tempo.
Na pesquisa mais recente, 89% desaprovam e 6% aprovam os ataques e vandalismos contra os prédios dos três poderes em Brasília.
A polarização influencia a percepção: 76% dos eleitores de Lula responsabilizam Bolsonaro pelos atos golpistas, enquanto 81% dos apoiadores do ex-presidente afirmam que ele não teve envolvimento com o ocorrido.
OPERAÇÃO TEMPUS VERITATIS
Como mostramos aqui no MS Notícias, a PF cumpriu na 5ª feira (8.fev.24), ao menos 33 buscas em dez estados contra generais, coroneis, assessores, aliados políticos e contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
- Veja aqui quem são os presos e demais alvos da Tempus Veritates.
- Tudo sobre o 8 de janeiro no MS Notícias.
Foram presos até quinta-feira (8.fev.24) os seguintes suspeitos:
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL (leia aqui):
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
- Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército;
- O coronel do Exército Brasileiro, Bernardo Romão Corrêa Neto (leia aqui).
O STF também autorizou mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar contra os seguintes alvos:
- Jair Bolsonaro, ex-presidente;
- Valdemar Costa Neto, presidente do PL – partido pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição;
- Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
- General Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército;
- Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
- General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
- Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado "gabinete do ódio";
- Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
- Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
- Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
- Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
- Ailton Gonçalves Moraes Barros;
- Amauri Feres Saad;
- Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
- Cleverson Ney Magalhães;
- Eder Lindsay Magalhães Balbino;
- Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército;
- Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
- José Eduardo de Oliveira e Silva;
- Laércio Virgílio;
- Mario Fernandes;
- Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
- Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros.
As diligências integraram a nova fase das investigações que miram o gabinete do ódio durante o governo
do ex-presidente.
A operação foi chamada de "Tempus Veritatis", que siguinifica: "hora da verdade", em latim.
FONTE: UOL.