20 de maio de 2024
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BOLSONARO DERROTADO

Nas redes, 58% dos brasileiros apoiaram operação da PF, diz Quaest

Ex-presidente é alvo da Operação Tempus Veritatis, por articular golpe de estado Brasil

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Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de críticas em 58% das postagens nas redes sociais sobre a Polícia Federal ter deflagrado a Operação Tempus Veritatis em 8 de fevereiro. Os federais executaram, naquele dia, 33 mandados de busca e prisão contra extremistas de direita que planejaram um golpe de Estado no Brasil. Esses dados foram revelados em uma pesquisa da Quaest divulgada um dia após a operação.

Felipe Nunes, diretor do instituto de pesquisa, revelou que o assunto alcançou 56 milhões de contas nas redes sociais, ultrapassando outras operações como a da Abin contra o vereador Carlos Bolsonaro, a investigação sobre a falsificação de cartões de vacina, o escândalo das joias roubadas pela família Bolsonaro e a delação de Mauro Cid.

O alcance esteve ligeiramente abaixo do registrado no dia 8 de janeiro de 2023, durante os eventos golpistas em Brasília.

De acordo com a Quaest, a esquerda celebrou a operação, utilizando expressões como "Bolsonaro na cadeia", ridicularizando os alvos com o termo "toc toc" e fazendo piadas sobre os investigados, incluindo generais e outros militares.

Por outro lado, a direita focou na narrativa de perseguição política à oposição e criticou o Judiciário, especialmente Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal, que autorizou a operação.

É importante notar que a população está dividida quanto à responsabilidade de Jair Bolsonaro nos eventos golpistas após sua derrota para Lula no segundo turno das eleições de 2022.

Na pesquisa mais recente da Quaest sobre a percepção dos eventos golpistas de 8 de janeiro, divulgada no mês passado, 47% dos entrevistados acreditavam que Bolsonaro teve influência nos acontecimentos, enquanto 43% discordavam, resultando em um empate técnico, considerando a margem de erro.

Cerca de um ano antes, em fevereiro de 2023, as percentagens eram de 51% e 38%, indicando uma mudança na percepção sobre a responsabilidade de Jair ao longo do tempo.

Na pesquisa mais recente, 89% desaprovam e 6% aprovam os ataques e vandalismos contra os prédios dos três poderes em Brasília.

A polarização influencia a percepção: 76% dos eleitores de Lula responsabilizam Bolsonaro pelos atos golpistas, enquanto 81% dos apoiadores do ex-presidente afirmam que ele não teve envolvimento com o ocorrido.

OPERAÇÃO TEMPUS VERITATIS

Como mostramos aqui no MS Notícias, a PF cumpriu na 5ª feira (8.fev.24), ao menos 33 buscas em dez estados contra generais, coroneis, assessores, aliados políticos e contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Foram presos até quinta-feira (8.fev.24) os seguintes suspeitos:

O STF também autorizou mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar contra os seguintes alvos:

  1. Jair Bolsonaro, ex-presidente; 
  2. Valdemar Costa Neto, presidente do PL – partido pelo qual Bolsonaro disputou a reeleição;
  3. Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
  4. Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  5. Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública;
  6. General Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército;
  7. Almirante Almir Garnier Santos, ex-comandante-geral da Marinha;
  8. General Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
  9. Tércio Arnaud Thomaz, ex-assessor de Bolsonaro e considerado um dos pilares do chamado "gabinete do ódio";
  10. Filipe Martins, ex-assessor especial de Bolsonaro;
  11. Marcelo Câmara, coronel do Exército citado em investigações como a dos presentes oficiais vendidos pela gestão Bolsonaro e a das supostas fraudes nos cartões de vacina da família Bolsonaro;
  12. Rafael Martins, major das Forças Especiais do Exército.
  13. Bernardo Romão Corrêa Netto, coronel do Exército;
  14. Ailton Gonçalves Moraes Barros;
  15. Amauri Feres Saad;
  16. Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército;
  17. Cleverson Ney Magalhães;
  18. Eder Lindsay Magalhães Balbino;
  19. Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército;
  20. Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
  21. José Eduardo de Oliveira e Silva;
  22. Laércio Virgílio;
  23. Mario Fernandes;
  24. Ronald Ferreira de Araújo Júnior;
  25. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros.

As diligências integraram a nova fase das investigações que miram o gabinete do ódio durante o governo
do ex-presidente.

A operação foi chamada de "Tempus Veritatis", que siguinifica: "hora da verdade", em latim.

FONTE: UOL