Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, partido do atual prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad, disse em evento no Rio de Janeiro, no sábado (23.out.21) que Trad é pré-candidato ao Governo pela sigla em Mato Grosso do Sul, nas próximas eleições de 2022.
Conforme Kassab, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, se filiará ao PSD no próximo dia 27 de outubro e será o nome da legenda para disputar a Presidência da República.
O PSD lançou o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, como pré-candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro. "Contem comigo”, respondeu o proponente.
Kassab apresentou as pré-candidaturas e durante a fala indicou e, por mais de uma vez, deu sinais de que não tinha ainda uma certeza dada pelo Presidente do Senado de que ele queria concorrer ao cargo de presidente da república pela legenda. “Ele se filiará na próxima terça-feira e só não será candidato a presidente da República, se não quiser”, disse Kassab.
Ao final do evento, porém, Pacheco deu uma posição. “Se houvesse, entenda bem o tempo de verbo Gilberto Kassab, se houvesse alguma dúvida de minha parte sobre a filiação ao PSD, o povo do Rio de Janeiro extirpou qualquer dúvida com esse evento de hoje. Eu estou muito feliz com a vinda ao PSD, com esse convite que recebi, hoje aqui coroado que considero um grande convite, para que me filie ao partido, quarta-feira concretizaremos esse casamento, bem-sucedido, se Deus quiser, entre mim e o PSD”, respondeu Pacheco.
Antes de ter tal resposta, Kassab apresentou sua artilharia à Pacheco, dizendo que ele poderia contar com apoio de ao menos 9 candidaturas em estados brasileiros já confirmadas. “Ao lado de diversos companheiros que vão estar com ele no palanque, daqueles que vão majoritariamente defender bons projetos para o Brasil. Como aqui o Felipe Santa Cruz, lançado pelo Eduardo Paes que saberá formar uma dobradinha aqui no Rio de Janeiro, abençoada pelo Eduardo Paes, o Felipe candidato a governador e, se Deus permitir, o Rodrigo Pacheco candidato a presidente da República. Da mesma maneira, em Santa Catarina, onde temos nosso candidato a governador, o Raimundo Colombo. Onde temos no Paraná, o governador Ratinho, candidato à reeleição, que vai formar uma extraordinária dobradinha, com nosso, se Deus permitir, futuro candidato a Presidente da República. Assim como em São Paulo, Geraldo Alckmin. No Espírito Santo temos uma bela surpresa para ser anunciada em algumas semanas, que vai também nos encher de orgulho. Em Minas Gerais, querido Alexandre Silveira, presidente do Partido, em Minas Gerais querido Anastasia, senador pelo estado [...] Em Goiás o nosso Henrique Meireles, será candidato a senador, se apresentando junto com Rodrigo Pacheco. Em Sergipe o deputado [Fábio] Mitidiere. Na Bahia, está aqui o nosso querido e respeitado senador Ângelo Coronel e Nelsinho [Trad], com uma delegação tão bem representada”.
Nesse momento, Kassab se direciona à delegação de Nelsinho. “Com a Tetê, com o Eduardo, com o Gathi, com o Lacerda, onde [Nelsinho] teremos uma candidatura do seu irmão, que assim como você, que foi um extraordinário prefeito, reeleito oito anos prefeito, está sendo hoje o Marquinhos Trad, um dos prefeitos mais bem avaliados do país, que será o nosso candidato a governador do Mato Grosso do Sul”, disse, completando os pré, com o nome de Rui Palmeira, para candidato ao governo em Alagoas. Veja o vídeo abaixo:
Nelsinho Trad Filho falou antes de Kassab, o parlamentar sul-mato-grossense disse haver coincidências sobre o local escolhido para filiação de Pacheco e elogiou Eduardo Paes. “Vocês observaram que a filiação de Rodrigo Pacheco vai ocorrer no memorial Juscelino Kubitschek, que foi o presidente que fez o Brasil avançar 50 anos em 5, daí o 55 do PSD. E lá construiu Brasília, a Capital Federal do Brasil. Ele tinha uma frase, que eu vou replicar para vocês aqui agora, que muito representa a figura política desse grande líder político que é o Eduardo Paes: “A humildade é marca da grandeza sobretudo quando se tem em vista um objetivo maior””, disse.
Apesar do anúncio, Marquinhos não confirmou ainda sua pré-candidatura ao governo. Se for ser de fato candidato o prefeito deve até abril de 2022 pedir afastamento e entregar a direção da cidade de Campo Grande à Adriane Lopes, sua vice-prefeita.
Nos últimos meses Marquinhos tem destinado mais elogios a sua vice, chegou a dizer em um evento em 15 de outubro, que Adriane estaria preparada para o futuro, até aquele momento o sinal mais forte dado pelo político de que poderia deixar nas mãos de Adriane o resto do mandato que segue até 2024.
TRÊS CONCEITOS
Pacheco discursou em palanque eleitoreiro atacando o radicalismo.
“As pessoas como vocês são, como nós somos... todos nós tivemos as nossas dificuldades na vida. Mas eu pergunto a vocês, para que as políticas servem se não for para dar o mínimo de felicidade às pessoas? O que é felicidade no final das contas? É o cidadão poder sair de casa para ir trabalhar porque ele tem um emprego. Porque ele pode ter a segurança de que a mulher dele, a mãe dele, a irmã dele quando for ao posto de Saúde do bairro vai ser atendida com dignidade para poder curar uma doença. Que os seus filhos, ou seu irmão, ou seu primo, seu sobrinho, quando for para escola vai ter uma merenda de qualidade, vai ter um aprendizado, vai ser alfabetizado, vai saber já no começo da vida a escrever, a ler e a contar, que é o básico do alfabetismo no Brasil. De que ele sabe que ele vai ter um transporte público que chega no horário, que vai funcionar bem, que vai ter alguma dignidade para poder ir ao seu trabalho. Que lá no seu trabalho ele vai ser respeitado como um cidadão sem discriminação, sem preconceito de qualquer natureza, nós temos que abominar preconceito no Brasil. E que ele possa voltar para casa depois e olhar para a mulher dele, ou para o marido dele, ou para mãe dele, ou para o filho dele e dizer olha: com isso aqui, nós somos felizes... A felicidade, nós precisamos de muito pouco de ser feliz. E o estado, a política Brasileira tem a obrigação de dar essa condição mínima para as pessoas no Brasil”, discursou Pacheco.
Conforme o chefe do Senado, o primeiro passo é reconhecer que o país está desigual e está cometendo injustiça com as pessoas.
“Nós precisamos dar resposta ao Brasil, em relação ao que Brasília está fazendo para resolver os problemas das pessoas. Nós temos um país que está estabelecendo injustiça com as pessoas, está permitindo que volte a inflação, alta taxa de juros, desemprego e que nós precisamos conter isso”, comentou Pacheco, explicando que só se pode construir a solução para o Brasil no ambiente da união, com isso, segundo Pacheco, seria necessário buscar as convergências e respeitar divergências, respeitar quem é diferente. “Quando nós tivermos esse sentimento de união, deixando para lá polarização, radicalização, extremismo e entender que a média do brasileiro e que a maioria dos brasileiros é de pessoas de bem, pessoas que respeitam umas às outras, dentro desse processo de união invocar algo fundamental, que o segundo valor que gostaria de dizer a cada um de vocês, que é o do respeito. Está faltando respeito no Brasil, nós precisamos provocar cada vez mais as 'respeitabilidades', entre poderes, entre instituições, entre as pessoas... o exemplo dado por homens públicos é fundamental para que tenhamos na sociedade essa cultura do respeito. Inclusive, com o juízo, e com o equilíbrio no uso de redes sociais, no uso da comunicação, porque as pessoas precisam ser respeitadas”, opinou.
De acordo com Pacheco, um terceiro conceito igualmente importante deve permear as ações públicas, o dá responsabilidade.
“Nós homens públicos temos que ter responsabilidade com as nossas funções. E temos que ter responsabilidade com aquilo que trabalhamos no nosso dia-dia. E aí entro na questão do auxílio às pessoas seja através de ‘Bolsa Família’ ou qualquer nome que queira dar. Nós precisamos mais do que nunca garantir a essas pessoas carentes do Brasil um programa sustentável, um programa de pé, um programa que tenha um valor responsável. E essa responsabilidade fiscal não significa reduzir a expectativa das pessoas, porque é perfeitamente possível equilibrar a necessidade que as pessoas têm, de uma mínima capacidade compra de itens de cesta-básica que aumentaram o preço, com a responsabilidade fiscal. É obrigação dos técnicos, dos matemáticos, dos cientistas econômicos, de nós políticos darmos essa solução imediatamente ao povo brasileiro, de ter um programa social dentro de uma responsabilidade fiscal com a qual nós não podemos transigir. Porque senão, se nós rompermos o teto de gastos, gastarmos e tivermos populismo nisso, nós todos pagaremos a conta e nada adianta fazer um programa social sem sustentação e daí a um mês, dois meses, aumentar 30% o preço do arroz, do feijão, e aquele dado não servir para absolutamente nada”, disse Pacheco, em crítica ao Auxílio Brasil de Jair Bolsonaro.
Ao final da sua fala, Pacheco ainda disse que é possível defender a família sem menosprezar aqueles que sejam diferentes.
"Portanto meus amigos, a busca do equilíbrio no Brasil, a busca da pacificação, de um ambiente de tranquilidade, daquela felicidade que eu falei de coisas básicas do dia-dia é obviamente todo o nosso objetivo de união, de conjunção que o PSD fará”, finalizou.