“Educará gerações, que devolverá cada centavo do contribuinte. Ficará para os netos, bisnetos e todas as gerações futuras. O caminho é trazer para cá as escolas e ensinar para nossas crianças de todas as idades o que é que esteve aqui, antes de aqui ser Mato Grosso do Sul. Isso é da população de MS, não somente para turistas”, opina o professor e pesquisador na área de Aquários, Jules Soto ao receber a reportagem em 27 de outubro para uma visita pela estrutura da obra, uma gigantesca elipse que se projeta nos altos da Avenida Afonso Pena, em Campo Grande (MS).
O empreendimento turístico lançado em 2011 chama-se na verdade, Centro de Pesquisa e Reabilitação da Ictiofauna Pantaneira, conhecido apenas como Aquário do Pantanal. Quando concluído, o local ocupará destaque no turismo mundial, já que será considerado o maior aquário de água doce do planeta. “Não é só um aquário, é um monumento para a cidade”, comparando, por exemplo, ao teatro de Sidney uma potência turística mundial, comentou Soto.
Inicialmente licitada em R$ 84,7 milhões a obra já sofreu várias alterações e atualmente está orçada em R$ 230 milhões. A previsão de conclusão é em fevereiro de 2022. O prazo formalizado no contrato se alonga até julho do ano que vem, mas a expectativa é terminar cinco meses antes.
O MS Notícias esteve em visita ao local na quarta (27.out.21), mesma data em que foram anunciadas as conclusões de mais duas frentes de serviço: a de impermeabilização e a de revestimento de alumínio composto (forro e monocapa).
O passeio pelo interior do complexo de 19 mil metros quadrados teve a primeira parada no local onde é o Auditório, que tem como “telão” um gigantesco aquário, que servirá para contemplação das espécies. O espaço tem capacidade para 250 pessoas e depende apenas de acabamento para ativação.
O ambiente compreende o “Pavimento Central”, que além do auditório tem uma biblioteca e uma bancada de multimídia. De acordo com Jules Soto, a ideia é levar para o local alunos de escolas públicas de modo que eles possam saber mais sobre a história de MS.
A mesma fala é reforçada no local onde é o museu. Ao apresentar o ambiente Soto explica que estão sendo usados equipamentos de última geração para que então possa dar ao visitante a melhor experiência de aprendizado.
Seguindo o passeio, são apresentados os primeiros tanques que estão tendo o interior modelado pela equipe do cenógrafo Roberto Gallo, que em junho de 2020 foi a empresa escolhida pelo governo em licitação de R$ 4,6 milhões, com prazo de 9 meses, para fazer o trabalho de cenografia em 32 tanques do Aquário.
A reportagem fez algumas imagens de como os ambientes estão no momento, onde serão acolhidas as espécies de peixes a depender de sua cenografia. Gallo explicou que os tanques remetem a vegetações e arbusto presentes no continente em que o peixe habita.
Os tanques internos estão divididos em temas como Veredas, Ressurgências, Rios de Cabeceira, Rios de Bonito, Rios do Pantanal, Planície Inundada, Rio Paraguai, Itinerante/Piranhas, Banhados/Sucuris e Galeria de Biodiversidade dos cinco Continentes, entre outros.
Gallo é natural de Campinas (SP) e ao longo dos anos ganhou destaque ao desenvolver esculturas de rochas artificiais como base de composição paisagística de habitats aquáticos.
Os tanques, segundo Gallo, representam paisagens de Bonito, de Rio Negro, do Rio Aquidauana e Rio Miranda. Os tanques também apresentarão os peixes habitantes de diferentes continentes do mundo (serão habitados por mais de 10 mil animais subdivididos em mais de 250 espécies), um grande corredor, lateralizado por tanques temáticos, desemboca no Rio Paraguai.
Neste momento o visitante se verá numa inversão de papéis, pois, andará sob as águas em um tanque em acrilico com 1,5 milhão de litros de águas, em formato de túnel. Sendo assim observado pelas especiais. O local contém uma acústica ímpar, que entrega a sensação real de estar no fundo do rio. Veja as imagens abaixo:
Já os tanques externos, ao ar livre, há tanques compostos por temas como Baías Cachoeiras, Orquidário, Banhado, Terras Alagadas e Jacarés.
Depois disso, a reportagem foi levada ao local no subsolo do prédio, onde estão os equipamentos que manterão a água tratada, os tanques em movimento são, de acordo com Soto, o "coração do Aquário".
O professor comentou que será de muita valia a educação se os visitantes puderem ter a experiência de conhecer o local das máquinas, de modo que eles saibam quanta tecnologia está sendo empregada para manter a vida a poucos metros acima. "Vamos ter que pensar numa forma de trazer as pessoas aqui. E como isso pode ser feito com segurança.. Trazer as escolas, os turistas, para as pessoas pensarem aqui quanta tecnologia, quanta engenharia, seria o grande diferencial aqui. O nosso objetivo aqui é entregar o Aquário, mas entregar de uma forma responsável, continuar acompanhando. Que esse dinheiro do contribuinte volte através dos filhos, dos netos e dos bisnetos. E que valha muito a pena o que foi investido aqui", finalizou Soto.
A ação de receber a imprensa no Aquário visa informar sobre o andamento das obras. O empreendimento agora está na carteira do programa "Obras Inacabadas Zero" - que visa concluir todas as obras inacabadas do Estado. O estado lançou o site: https://aquariotransparente.ms.gov.br/ para a população acompanhar o cronograma.