06 de maio de 2024
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Professor compartilha matéria sobre Olarte em Facebook e é demitido sem receber nada

Todo professor tem por missão educar, não só ensinar uma disciplina, mas também ensinar valores como respeito e cidadania, esse é uma das funções mais importantes de uma escola, mas o que dizer aos alunos de uma escola municipal de Campo Grande quando um professor é demitido, não recebe valor a que tem direito apenas por ter compartilhado em sua página pessoal do Facebook uma matéria sobre o Prefeito publicada pela imprensa local?

Esse é o drama enfrentado por Maiko Ferreira, 30 anos, professor de matemática convocado da Reme (Rede Municipal de Educação). "Nós professores criamos alguns grupos no Facebook onde trocamos informações, conversamos, e com todos esses escândalos que têm sido noticiados na Capital muitos professores começaram a compartilhar matérias veiculadas na imprensa nos grupos. Eu, um dia compartilhei uma matéria que dizia que o Prefeito poderia ser enquadrado em crime de pedofilia. Dias depois disso, recebi uma mensagem do Alex Ferreira chefe de gabinete da então secretária de educação Angela Maria de Brito que me disse para retirar a postagem porque certas coisas não podiam ser mostradas, eu tirei, mas no dia 24 de abril eu estava em sala de aula no final da tarde quando a diretora da escola me chamou na sala dela e disse que eu deveria ir ao RH da Semed porque estava demitido. Ela disse que recebeu uma ligação dizendo que eu seria demitido porque fiz uma coisa que o Prefeito não gostou. Aí perguntei o que era, ela me mostrou um print da postagem".

Como se não bastasse a demissão, Maiko passou a enfrentar uma verdadeira via sacra para conseguir o documento de rescisão contratual. Ele é convocado da Prefeitura há 5 anos e assim como os demais convocados, seu contrato terminaria em 31 de julho. Depois de diversas idas na Semed, de conversar com Lizi, responsável pelo setor de Recursos Humanos da secretaria, depois de conversar com a chefe de gabinete do secretário de administração Wilson do Prado e depois de conversar com a secretária adjunta de administração, Maiko conseguiu na segunda-feira (18) obter a rescisão contratual, porém não há nenhuma assinatura no documento.

"A Lizi do RH disse que o Wilson se recusou a assinar, até porque não há justificativa para minha demissão. No dia em que falei com ela, ela ligou para o Wilson do Prado que pediu a ela que assinasse, porém ela se negou, depois ele mandou a ela que pedisse para as diretoras assinarem, mas como não havia nenhum motivo que justificasse minha saída elas também não assinaram daí me entregaram um documento sem assinatura que não vale nada."

Maiko, além de não ter documentação correta, também não recebeu. Por lei, depois de uma rescisão contratual de trabalho, o contratante deve pagar ao funcionário demitido todo valor referente aos encargos trabalhistas, como férias e 13º proporcionais, por exemplo. Maiko completa hoje 15 sem receber, sem nenhuma resposta.

Por isso, com ajuda da advogada da ACP (Sindicato Campo Grandense dos Profissionais da Educação Pública), ele entrou na justiça para conseguir voltar à sala de aula e reaver o prejuízo que sofreu devido "ao desgosto" que seu compartilhamento causou ao Prefeito Gilmar Olarte. Maiko conta que alguns de seus alunos o procuraram querendo saber o motivo pelo qual o professor "sumiu" da sala de aula de um dia para outro. "Alguns alunos do 9º ano vieram falar comigo, preocupados querendo ajudar de alguma forma, mas infelizmente eles não podem fazer nada" desabafa Maiko que é professor de matemática há 9 anos. 

 

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