30 de abril de 2024
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OPERAÇÃO LESA PÁTRIA

Sobrinho de Bolsonaro e mais 4 do Mato Grosso são alvos da PF

Conheça os presos na 19ª fase da Operação Lesa Pátria iniciada em janeiro

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Polícia Federal caça nesta 4ª feira (25.out.23) mais 5 suspeitos de envolvimento nos atos golpistas do 8 de Janeiro – quando vândalos invadiram e danificaram os prédios do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto, em Brasília.

Além dos mandados de prisão preventiva, a PF cumpre também 13 ordens de busca e apreensão contra 12 suspeitos em quatro estados. A operação foi autorizada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Léo Índio, primo de três filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, está entre os alvos de buscas. No fim de janeiro, a PF já tinha feito buscas em endereços dele em Brasília e no Rio.

Até as 9h50, 4 dos cinco mandados de prisão já tinham sido cumpridos. Os alvos são:

Esta é a 19ª fase da Operação Lesa Pátria, iniciada ainda em janeiro. A etapa atual mira tanto os participantes dos atos golpistas quanto os incentivadores da ação.

Segundo a PF, há mandados sendo cumpridos em Cuiabá (MT), Cáceres (MT), Santos (SP), São Gonçalo (RJ) e em Brasília (DF).

CRIMES

Segundo a PF, os fatos investigados incluem os seguintes crimes:

  • abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • golpe de Estado;
  • dano qualificado;
  • associação criminosa;
  • incitação ao crime;
  • destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido;
  • crimes da lei de terrorismo.

LÉO ÍNDIO

Imagem de Léo Índio em cima da rampa do Congresso Nacional circula pelas redes sociais.Imagem de Léo Índio em cima da rampa do Congresso Nacional circula pelas redes sociais.

Ainda nas horas seguintes aos atos de vandalismo em Brasília, em janeiro, Léo Índio publicou imagens em uma rede social em cima do Congresso Nacional e próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Em uma das postagens, ele aparece com os olhos vermelhos, segundo ele devido ao gás lacrimogêneo usado pela Polícia Militar.

Em outro post, após a repercussão e em um ambiente que não parece ser a área central de Brasília, ele escreveu: "Muitos feridos, muitos socorridos. Patriotas não cometem vandalismo".

Léo Índio, que se descreve em suas redes sociais como sobrinho de Bolsonaro, foi candidato pelo PL à Câmara Legislativa do Distrito Federal em 2022, mas não foi eleito. Ele também atuou como assessor do senador Chico Rodrigues (União-RR).

OUTROS ALVOS 

José Carlos da Silva, de Cuiabá (MT) 

José Carlos da Silva, de Cuiabá (MT). José Carlos da Silva, de Cuiabá (MT). 

Conhecido como Zé do Renascer, ele é comerciante na região e presidente do bairro Jardim Renascer. Dias após os atos golpistas, ele chegou a ser destituído do cargo pelos moradores, mas gravou um vídeo afirmando que ficaria até o fim do mandato.

"A oposição sempre vem com mentiras, com enganação, com calúnia e com falsidade, mas Deus tem colocado cada um no seu devido lugar. Fizeram uma reunião para destituir o presidente de bairro, que vem trabalhando com o apoio do povo, mas vocês viram que conseguiram juntar de 10 a 20 pessoas. Isso tudo prova que o Senhor está conosco, com o Renascer e nós vamos até o último dia do nosso mandato", disse, na publicação.

Luiz Antônio Villar de Sena, de Cuiabá (MT)

O empresário do MT Luiz Antonio Villar de Sena aparece em vídeos nas redes mostrando sua participação nos atos de 8 de janeiro — Foto: Reprodução

Entre os presos também está o empresário Luiz Antônio Villar de Sena, dono de uma loja de pneus em Cuiabá. Na tarde de 8 de janeiro, ele postou um vídeo nas redes sociais. “Faz uma hora que nós invadimos. E o pessoal do quartel está chegando agora, está chegando o pessoal que estava no quartel ainda, faz uma hora que nós entramos e o pessoal do quartel está chegando. [...] Isso aí gurizada, o pessoal chegou agora do quartel, está chegando, ainda está chegando, faz mais de hora que tá chegando, e vai subir a rampa”, contava.

Cézar Guimarães Galli Júnior, de Cuiabá (MT)

O veterinário cuiabano Cézar Guimarães Galli Júnior, preso pela Polícia Federal — Foto: Reprodução

Veterinário cuiabano, Cézar Guimarães Galli Júnior também foi preso nesta quarta-feira. Após ser identificado nas redes sociais pela participação na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, o médico chegou a desativar os perfis, mas imagens que circulam na internet mostram uma foto que teria sido tirada por ele em que se lê a frase “Perdeu, mano” pichada no prédio do STF.

Atualmente, seu perfil no Instagram mantém publicações no acampamento em Brasília, que começaram logo após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro na capital federal.

Fabrício Cisneiros Colombo, de Cáceres (MT)

Fabricio Cisneiros estava nos ataques do 8 de janeiro em Brasília  Foto: ReproduçãoFabricio Cisneiros estava nos ataques do 8 de janeiro em Brasília — Foto: Reprodução

Morador de Cáceres, também no Mato Grosso, o protético Fabrício Cisneiros Colombo usava um boné com o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante os atos antidemocráticos, comemorou as invasões e ainda incentivou as depredações. Entre as lives que postou na ocasião, em uma delas chegou a solicitar o código-fonte das urnas eletrônicas, por não acreditar na segurança do sistema. 

Colombo também foi candidato a deputado estado pelo seu estado, mas não se elegeu. Após os atos, ele teve os perfis nas redes sociais bloqueados por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Walter Pereira, de Santos (SP)

Também foi preso pela PF o representante comercial Walter Pereira, de Santos, em São Paulo. Formado em História, ele é fundador do grupo Trincheira Patriótica de Santos e esteve a frente de grandes mobilizações nessa região.

RESUMO DE TODAS AS FASES DA OPERAÇÃO LESA PÁTRIA:

A operação começou em 20 de janeiro, na primeira fase, com 8 mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal.

A Operação Lesa Pátria teve 18 fases no total, antes da que ocorre hoje, foi a 18ª realizada em 29 de setembro. Na ocasião foi preso o general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes, que foi o diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde sob o comando de Eduardo Pazuello em 2021. O ex-oficial foi exonerado em 31 de dezembro de 2022, último dia do governo de Jair Bolsonaro (PL).

Desde então, foram cumpridos mandados de prisão e busca e apreensão em várias outras fases em diferentes estados do Brasil. Dentre as fases, vale destacar a 17ª fase foi realizada em 27 de setembro e prendeu Aildo Francisco Lima, que foi acusado de fazer uma live sentado na cadeira do ministro do STF Alexandre de Moraes durante os atos extremistas de 8 de Janeiro.

A 16ª fase, realizada em 5 de setembro, cumpriu 53 mandados de busca e apreensão por determinação do STF em São Paulo, Mato Grosso do Sul, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná.

FONTE: G1